Read Ebook: Trovas: Canções de Amor by Ferreira Ant Nio Flor Ncio
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Ebook has 79 lines and 4321 words, and 2 pages
S?o demorados, cont?nuos; Encerram tanta do?ura, Que me parece abrangerem Dos anjos toda a ternura!
Quando, sahido o meu catre, Fui contemplar o portal Da residencia que logras, Suppuz v?r l? um rival.
Antes das feras as garras, Condemnado, morto, emfim, Que imaginar que te roubam, Que te separam de mim!
A noite! a noite!... as estrellas!... Foi o sol que se escondeu, Ou teu corpo, excepto os olhos, Que num manto se envolveu?
Affirmas ser meu amigo; D'aquelle, que n?o ?s tal... Achas bem o que prat?co, Do que faz me dizes mal.
Olha aquella pobresinha; Coitada! chorosa vem! Pede esmola... d?o-lh'a, alegra-se, Talvez pensando nalguem!
Se me faltasses, n?o via Nenhuma esp'ran?a luzir! Tinha inveja da mendiga, N?o mais tornava a sorrir!
Leva o amor ao sacrificio, Mas--firmeza--? de amizade; N?o gostava d'este asserto No vigor da mocidade...
J? reparaste que entramos, Todos, no mundo a chorar? D'elle tambem n?o sahimos Sem um suspiro exhalar!
Choramos o apartamento Do ventre de nossa m?e... Suspiramos pelas glorias Que outra vida em si cont?m!
O amor, quando verdadeiro, Semelha a lua no ceu, Que tem phases, mas subsiste; Creio assim o affecto meu.
Exultante ou desgostoso, Ou presente, ou invisivel, N?o posso deixar de amar-te, O olvido n?o ? possivel!
Que lindo passeio d?mos, Inda ha pouco, ? beira-mar! Tu no meu bra?o apoiada, Eu num dolente cantar!
A s?s, n?o sei que saudades Teu intimo removeram! Vinha a noite... pelas faces As lagrimas te correram!
Apertando-me a teu seio, Num extranho murmurar, Disseste que com as ondas Te podia comparar!
Divulgar extravagancias D'um Immortal, o mesmo ? Que levantadas estatuas Denegrir desde o sop?.
? cora??es lacerados! Aguia que um dardo abateu! M?es que choraes vossos filhos, Quem me adorava--morreu!
Tenho a nossa despedida T?o gravada no meu peito, Que pode l?r-se inda quando Em cinzas eu seja feito!
Maldita, maldita a hora Em que te foste operar! Partiste, e n?o mais voltaste, Vidente da beira-mar!
Espelho a que se mirava Sem vaidades, quero v?r Dentro de ti, como outr'ora, Viva a imagem do seu ser!
Leito que prefiro a joias, Que hei de sempre conservar, Segreda-me os seus desvelos Quando a febre me assaltar!
Decorreu por largos tempos Nosso convivio risonho, E julgo durar instantes, E parece tudo um sonho!
Subiste ao c?o! oh! sim, creio! Indigno de nelle entrar, Tenho a certeza, ao chamar-te, De me vires oscular!
Todos baixamos ? terra Para um destino cumprir; O meu iguala o das aves: Cantar emquanto existir.
Canto-te como se estejas Ainda junto de mim! Que importa faltar o corpo, Se noss'alma n?o tem fim?
Meu doce amor, vem ouvir-me, Vem receber o meu pranto! Correi, correi, minhas lagrimas, V?s sois, tambem, mudo canto!
Mal dirias, quando algumas D'estas quadras te dictei, Qual seria o meu supplicio No remate que lhes dei!
FIM
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