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Read Ebook: Centenario do Revolução de 1820 Integração de Aveiro nesse glorioso movimento by Gomes Marques

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Ebook has 83 lines and 16288 words, and 2 pages

Discurso proferido por Antonio Barreto Ferraz de Vasconcelos em homenagem a Manuel Fernandes Tomaz.

Pela segunda vez me arrojo a erguer a minha voz neste recinto, e desta como da vez primeira, um penoso destino me obriga a memorar objectos tristes; recorda??es dolorosas; pouco mais de um mez tem decorrido depois que esta patriotica sociedade destinou uma extraordinaria sess?o para honrar a memoria do tenente general Gomes Freire, e dos outros primeiros e ilustres martires da liberdade nacional; quem diria que t?o depressa a mesma sociedade, fiel aos puros sentimentos de patriotismo que a animam, seria for?ado a destinar outra sess?o para lamentar a perda do primeiro restaurador da mesma liberdade! quem diria que t?o depressa seriamos condenados a chorar a morte de outra ilustre vitima do mais ardente, com o mais puro amor da Patria? quem diria que t?o depressa seria objeto do nosso pranto, como de nossa eterna saudade, Manuel Fernandes Thomaz, o patriota por excelencia, que como os primeiros meditou, mas com mais felicidade desenvolveu, e com ainda mais sabedoria consumou o projecto heroico da nossa regenera??o politica? oh! fatal condi??o da natureza humana! como rapidos se apinh?am os motivos de d?r e de afli??o! a troco de poucos fugitivos instantes de prazer e de alegria, somos condenados a seculos de pezar e de amargura, e do ber?o at? ao sepulchro leves sorrisos da fortuna mal podem matizar o luctuoso quadro de desgra?as, companheiras inseparaveis desta vida mortal e transitoria.

N?o suspeiteis, senhores, que eu me anime a interromper o silencio da d?r que deviso em vossos semblantes com estudadas express?es duma eloquencia affectada: penetrado at? ao intimo da mesma alma pelo doloroso sentimento da perda fatal que hoje lamentamos, como poderia, ainda que os talentos me ajudassem, escolher frases, corrigir periodos, ordenar em fim um discurso correto e bem tecido? como poderia conservar o espirito ass?s liberto quando por todos poros verte sangue o cora??o? seja pois este o que hoje fale, e n?o receio que os vossos o n?o compreendam.

Se para celebrar a memoria de Manuel Fernandes Thomaz fosse preciso enumerar todas as virtudes morais e civicas, todas as brilhantes qualidades do cora??o e do espirito, de cujo complexo era formado seu heroico carater, f?ra por certo esta uma empreza, sen?o impossivel, por extremo dificil, e que ainda os maiores engenhos mal poderiam desempenhar; felizmente por?m cada uma delas ? t?o relevante, foi por ele possuida em grau t?o eminente, que por si s? basta para formar seu elogio, restando s?mente dificuldade na escolha: entre elas eu preferirei como fonte de todas as outras a inalteravel constancia, a nobre coragem civil que formava a base do caracter deste grande homem: esta rara virtude cuja salutar afluencia nos excita, em qualquer circunstancia da vida social, a sacrificar voluntariamente a seguran?a da propria existencia, nessa reputa??o, nessas mesmas esperan?as e em fim todas as vantagens sociais: esta virtude, digo, ? aquela sem a qual todas as outras ou morrem ou s?o inuteis: e na verdade, senhores, como ou de que proveito ser? conceber ideias, formar planos uteis e generosos, se n?o houver constancia para as meditar, para os desenvolver, para os ultimar? e como sem os nobres esfor?os da coragem civil, desprezar os incomodos, afrontar os perigos que por todos os lados amea?am as emprezas heroicas, quanto mais sublimes tanto mais arriscadas para os seus autores? quem poderia lisongear-se de obter e de conservar um partido que apoie e que auxilie os seus planos se, em vez de ser firme e constante na sua opini?o, seguir a todo o momento a opini?o de cada um? Todas as mais virtudes s?o certamente muito apreciaveis, dignas da maior estima??o e respeito; mas nenhuma melhor do que esta p?de por seus saudaveis efeitos s?r mais util nem mais transcendente a nobre constancia, e a esfor?ada coragem civil e militar s?o as que melhor prestar e na realidade tem prestado a todas as na??es os mais assignalados servi?os, e tanto duma como doutra especie de coragem offerece a historia exemplares t?o admiraveis que hesito em conceder a qualquer delas a preferencia: e com efeito, senhores, o guerreiro intrepido que ? frente de um valoroso exercito defende e salva a Na??o dos inimigos estranhos, merece grande louvor, alcan?a gloria excelsa; mas n?o menos a alcan?a e com justa raz?o a merece o cidad?o virtuoso que no segredo do seu gabinete medita, prepara, e desenvolve os meios de salvar a Patria dos inimigos domesticos, tanto ou mais perigosos que os estranhos: se o generoso Camillo, quando j? se contava o pre?o vil dum infame tratado, derrota e afugenta os Gallos, e resgata o Capitolio pelo unico modo que convinha a um povo destinado a dominar o mundo, Cicero por efeito da sua coragem salva a republica e o estado das perfidas machina??es de Catilina: se o africano Scipi?o arrazando Carthago livra Roma de uma fraudolusa e importuna rival, o ilustre Cat?o defende palmo a palmo contra as usurpa??es de Cesar a liberdade da Patria: se Henrique IV, ? for?a de armas, e ainda mais ? for?a de beneficios, salva a Fran?a da ruina que lhe preparava a anarchia das guerras civis, Sully, com nobre audacia, rasgando ? vista do seu Rei a promessa de um casamento impolitico e desegual, poupa ? Na??o, poupa ao Monarcha o tardio arrependimento de uma ac??o vergonhosa e indecente: e sem mendigar exemplos estranhos, se Jo?o I conquista ? ponta da espada a independencia de Portugal na memoravel batalha de 14 de agosto de 1385, Manuel Fernandes Thomaz proclama e consegue a liberdade da Patria no faustissimo dia 24 de de agosto de 1820. Mas acaso foi s? nesta gloriosa ?poca, nesta assombrosa crise que ele deu provas da mais rigoroza constancia, da mais denodada coragem? S?o Senhores, a natureza n?o obra regularmente prodigiosa, e um t?o maravilhoso resultado n?o podia s?r efeito das combina??es fortuitas de espirito vulgar e posilanime: se a vida inteira de Manuel Fernandes Thom?s n?o fosse um exemplar perfeito da mais forte constancia, e da mais corajosa firmeza, talvez n?s ainda hoje seriamos escravos; tarde raiaria para n?s a aurora da liberdade.

Discursos e poesias funebres recitadas a 27 de Novembro de 1822 na sess?o extraordinaria da Sociedade literaria patriotica celebrada para prantear a d?r, e orfandade dos Portuguezes na morte de Manuel Fernandes Tomaz, primeiro dos Regeneradores da Patria. Lisboa. Typographia Rollandiana. Ano de 1822.

Antonio Barreto Ferraz de Vasconcelos, ministro da justi?a em 1834 e Visconde da Granja, como fica dito, deputado nas legislaturas 1834-1836 e 1838-1840 foi nomeado Par do Reino por carta regia de 3 de maio de 1842 tomando assento na respectiva camara em 11 de Julho de 1842. Faleceu em 28 de abril de 1861, sucedendo-lhe no pariato seu filho Casimiro Barreto Ferraz a quem sucedeu seu bisneto, sr. Casimiro Barreto Ferraz Sachetti Taveira, bacharel formado em direito e governador civil de Aveiro em 1907, que tomou assento na respectiva camara em 11 de Julho de 1908.

Luiz Gomes de Carvalho

Escreveu o poeta:

<>.

<

Fernando Afonso Geraldes

Fernando Afonso Geraldes, foi, pelo seu casamento com D. Maria Joana de Bourbon de Melo Sampaio Pereira de Figueiredo, senhor da Casa da Graciosa, hoje representada pelo seu segundo neto sr. Marquez da Graciosa.

Referindo-se ? organisa??o do sinhedrio, escreve o sr. Jos? de Arriaga: <>. .

Idem.

Memoria das Providencias e Opera??es, a bem da Regenera??o Nacional, que o Brigadeiro Bernardo Correia de Castro e Sepulveda, ent?o Coronel Comandante do Regimento de Infantaria n.^o 18, praticou em o dia 24 de agosto de 1820, etc. .

Junto das ultimas assinaturas ha esta c?ta: <>. Esta verea??o realisou-se em 13 de Setembro de 1823, vindo assim narrado o facto na respectiva acta: <

Historia da Revolu??o portugueza de 1820--Segundo volume--pag. 339.

Livro de registo citado, fl. 135.

Diario das C?rtes gerais e extraordinarias da na??o portugueza, pag. 12.

Livro das Verea??es citado a fl. 289.

Livro das verea??es fl. 114v.

Livro das verea??es fl. 123

Com rela??o a este facto ha no Livro das verea??es estas referencias:

Sess?o de 30 de Outubro de 1822.

...............................................

<>

Sess?o de 8 de Janeiro de 1823.

<>

Vide pag. 4

Do auctor

Centenario da Guerra Peninsular--1808-1909

Notas e documentos

AVEIRO

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