Read Ebook: Exit From Asteroid 60 by James D L Daniel Lewis Smalle Ed Illustrator
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Ebook has 51 lines and 8738 words, and 2 pages
Contributor: Jos? Mariano da Concei??o Veloso
Rita Farinha
MEMORIA SOBRE A CULTURA, E PRODUCTOS DA CANA DE ASSUCAR
LISBOA: Na Offic. da casa litteraria do arco do cego.
Anno M. D CCC.
SENHOR.
PROEMIO.
Sendo a Provincia do Brasil considerada como melhor Colonia do Mundo, n?o se sentindo em toda ella nenhum dos flagellos da natureza, pois n?o h? terremotos, furac?es, volc?es, fomes, nem pestes; gozando de hum clima benigno, e, ? excep??o de poucas trovoadas, que servem de depurar o seu ?r, e concorrendo todas as causas fysicas, com huma vegeta??o sempre activa, para fazerem a felicidade dos seus habitantes, n?o se poderia comprehender, o n?o ter chegado este bello paiz ao maior gr?o de prosperidade possivel, se se n?o soubesse, que as causas moraes, podem tanto, ou mais que as fysicas, para deteriorar o melhor terreno.
A Agricultura, a primeira, a mais util das Artes, que nutre a todas, e faz a base da prosperidade, e for?a dos Estados, n?o sahio ainda da infancia no Brasil; todas as plantas s?o cultivadas por costume, e sem principios; as luzes da Europa culta cheg?o c? t?o fracas, que n?o podem aclarar-nos; as couzas mais triviaes, de que pod?amos ter abundancia, n?o se sabem trabalhar. A Canna de Assucar sendo o vegetal mais precioso, comparado o seu producto, com o que tir?o os Estrangeiros das Antilhas, he menos de ametade. Entregue a sua cultura ? escravos conduzidos por hum feitor, sem mais talentos que, os que lhe suggere a sua ferocidade; a manufactura do Assucar, e da aguardente, executada por ignorantes, que n?o sabem a raz?o dos factos, nem conhecem a natureza das differentes partes, que constituem os liquidos, sobre que trabalh?o; os donos das f?bricas olhando com indifferen?a para todos estes objectos, julgando-os indignos da sua applica??o; n?o he de admirar, que desta sorte haja o atrazamento, que se v? na cultura, e producto da Cana de Assucar.
Conhe?o alguns Senhores de engenho, que se distinguem pela sua instruc??o; para estes n?o he que escrevo; a minha obra he dirigida s?mente, aos que sabem ainda menos do que eu, e que est?o inteiramente entregues ? disposi??o dos seus obreiros. A cultura actual, respeito ? que se prop?em, faz huma grande differen?a. Quem est? costumado a plantar Cana na distancia de hum, a dois palmos, e que assim se d? bem, difficilmente poder? conceber, que, plantando na de seis, lucrar? mais. Ainda que a raz?o, e a experiencia fa??o conhecer, que as plantas devem ser afastadas humas das outras, segundo a sua grandeza, e a quantidade de succos, de que carecem, n?o pertendo que se adopte o novo methodo, sem que cada hum se conven?a por si mesmo da sua efficacia. Plante-se hum quadrado de doze bra?as, que deve conter quatrocentas covas de Cana, segundo o methodo que se propoem; plante-se outro quadrado igual, na mesma qualidade de terra, segundo o methodo que se pratica; fa?a-se assento da despeza de huma, e outra cultura separadamente; apure-se o producto destas duas especies de planta??o; deduz?o-se-lhe as respectivas despezas e a resulta que se achar he o que se deve seguir. As experiencias em pequeno n?o arruin?o a alguem, e podem ser seguidas de grandes utilidades. O que digo sobre a cultura da Cana, e lembro a respeito ?s suas dependencias, manufactura do Assucar, e aguardente; he o que me parece melhor; por?m cada hum deve ver por si mesmo, e fazer tudo o que a experiencia lhe mostrar mais util.
DESCRIP?A? DA CANNA DE ASSUCAR,
SEGUNDO A VISTA QUE APPRESENTA.
A canna de Assucar, tem a apparencia das outras cannas destituidas de medulla; he huma planta da familia das gramineas; como ellas, he cheia de articula??es, ou n?s, que dist?o huns dos outros, de meia at? quatro pollegadas, segundo a bondade do terreno, produzindo huma folha em cada articula??o, ou n?, cercada de pequenas raizes, onde h? hum bot?o, ou olho, destinado a ser canna, se se deposita na terra. Estes espa?os entre cada articula??o, a que se chama gomos, s?o cheios de huma medulla esponjosa, elastica, succosa, doce, cuberta de huma casca pouco dura, lenhosa, que se deixa penetrar pela unha; destinada a se extrahir della hum sal essencial, que se chama Assucar. O seu comprimento, ou altura, he de seis, a doze palmos, segundo o terreno, na Cappitania do Rio de Janeiro, e de oito, a doze linhas de diametro. Succede adquirir algumas bra?as de comprido, se cahe, e as raizes, que circund?o os n?s, introduzindo-se na terra, fazem collos; por?m s? o que sobe ao ?r depois da ultima raiz, he que tem do?ura, tudo o mais he perdido. A Natureza tem destinado dezoito mezes a esta planta para chegar ? sua perfei??o; se he colhida antes, ou depois deste termo, o rendimento he menor em propor??o que delle se afast?o; por?m com maior prejuizo depois, que antes da madureza. Isto he relativo ? Esta??o; grandes s?ccas, ou grandes chuvas, acceler?o, ou retard?o esta colheita.
Ainda que, como outra qualquer planta, a Canna de Assucar flore?a, e d? semente, a f?rma de se multiplicar, he lan?ar na terra pequenas estacas tiradas da parte superior da Canna, onde n?o tem do?ura; por?m isto s? p?de fazer-se, quando a planta??o he ao mesmo tempo, que a colheita, f?ra disto toda a Cana desde a raiz he empregada em estacas.
Cada plantador de Canna, segundo as suas faculdades, vai com dez, vinte, quarenta, ou mais escravos com enxadas, limpar de todas as hervas huma certa por??o de terra, onde quer fazer aquillo a que se chama partido.
As plantas, ervas, ou capins arrancados, ou cortados com a enxada, s?o sacudidos da terra pelos mesmos escravos, que trabalh?o enfileirados, juntos em pequenos monticulos, para no caso de sobrevir chuva, n?o pegarem as raizes na terra. Depois da terra capinada, ou limpa de plantas, v?o os escravos abrir covas com a mesma enxada; cujas covas s?o huma especie de regos, de duas, a tres pollegadas de profundidade, na distancia huns dos outros, de hum palmo, a palmo e meio; e se supp?em a terra muito boa, cheg?o a dois palmos. S?o lan?adas nestes regos duas estacas de Canna, de palmo e meio de comprido, e se cobrem com a mesma terra, que se tirou da cova. Faz-se esta planta??o em dois tempos; hum quando se moe para aproveitar os olhos da Canna, que he a parte superior della, de Junho at? Setembro; o outro em Mar?o, que se tem pela melhor planta??o, a qual se faz ent?o com as estacas tiradas de toda a Canna, que se n?o moeo, com o fim mesmo de se plantar neste tempo. He de costume a qualquer das duas planta??es dar duas capinas, ou limpas. A Canna plantada de Junho a Setembro, he moida no anno seguinte com doze a quatorze mezes; a plantada em Mar?o, de dezoito a vinte mezes; huma, e outra se deixa ficar por n?o se poder moer, para Canna velha; planta-se, ou moe-se na safra subsequente. Da Canna, que se cortou, colhe-se a s?cca no anno seguinte, e dahi todos os annos as ress?cas, em quanto no terreno brot?o Cannas. Ainda que se conhe?a, que estas ress?cas rendem progressivamente ametade, as ultimas em respeito ?s antecedentes, todos as aproveit?o quanto podem. Alguns lavradores, rarissimos, se tem servido do arado para fazer os regos, e de algum estrume nas terras j? can?adas, por?m o numero he t?o diminuto, que n?o merece entrar em linha de conta; o geral he limpar a terra a bra?o, ajuntar o capim, fazer covas com a enxada sem alinhamento, plantar sem estercar, fazer toda a planta??o em hum, ou dois partidos, fugindo de terras virgens, porque, assim como as muito estercadas, ou estrumadas, fazem a Canna, a que se chama taioba, quero dizer, muito aquosa, muito oleosa, e pouco assucarada.
Sendo a Canna de Assucar huma planta, destinada pela Natureza a alcan?ar doze, dezaseis, vinte, e mais palmos de altura, segundo o terreno, e at? pollegada e meia de diametro, n?o he possivel que possa prosperar plantando-se t?o junta; porque rouba huma a substancia da outra. Tambem as covas, ou regos, em que se planta, n?o tem bastante profundidade; duas, ou tres pollegadas n?o bast?o para a suster.
Plantando-se sem alinhamento, em confus?o, nunca o sol, e o vento podem aperfei?oar o seu succo. Fazendo-se a planta??o em hum, ou dois partidos, p?de pegar o fogo em ambos, o que succede algumas vezes, e fica seu dono empobrecido. A experiencia tem feito conhecer, que todos os fructos doces carecem do Sol, e ?r para alcan?ar a sua perfei??o, e que o mesmo sol bata a nu sobre a terra, que cobre as suas raizes; n?o se reunindo estas circumstancias, os fructos se deterior?o ? propor??o. Em Portugal as uvas, a que cham?o de forcado, s?o sempre imperfeitas, porque as arvores, que as cobrem, lhes roub?o a luz. As larangeiras no Brasil, cubertas de erva de passarinho, d?o, pela mesma causa, laranjas pouco doces.
Ainda que estas larangeiras estej?o limpas da mesma herva, ainda que estej?o n'hum campo solitarias; se a terra, por onde est?o permeadas as suas raizes, est? cuberta de herva, ou capim, que impe?a a luz de bater sobre ella, os fructos s?o sempre azedos.
Nenhum author, que trate da Canna de Assucar, manda plantalla em menos distancia, que a de tres p?s, e alguns querem seis, e sete, que s?o nove, e dez palmos e meio de cova a cova: isto ha de parecer hum paradoxo aos nossos lavradores, que at? tem hum ditado: quero canna mil, e n?o gentil. Por?m da perfei??o, com que nas Colonias estrangeiras se faz esta cultura, a mais preciosa d'America, he que tem procedido o gr?o de prosperidade, a que se tem elevado, e de que somos privados, por seguirmos s?mente hum trilho c?go, e sem reflex?o.
O Que vou dizer he hum extracto do que tenho visto sobre esta materia. Os principios para a cultura da terra, segundo os Antigos, que suppunh?o as raizes das plantas, como os unicos org?os para receber a sua nutri??o, consisti?o em lavrar a terra com diversos instrumentos para a p?r bem movel, estrumalla, e depois de hum certo numero de colheitas, dar-lhe descan?o, quero dizer, conservalla limpa sem nutrir planta alguma. Os estercos, e estrumes de que se servi?o, era toda a especie de excrementos de animaes, e vegetaes podres. Os modernos adoptando os mesmos principios, inst?o por mais lavras; d?o o descan?o nos grandes intervallos, que deix?o entre planta e planta; estes intervallos s?o lavrados durante a vegeta??o; al?m dos estrumes de que se servi?o os Antigos, accrescent?r?o o dos marnes, ou terras saponaceas, e o dos rebanhos nas terras que se prop?em cultivar; e alguns Authores n?o querem esterco, que substituem com lavras, e mais lavras, origem da immensidade de instrumentos, que se tem inventado a este fim. Estes principios s?o certos em parte, e em parte diametralmente oppostos ao fim que se busca. A quem ignorar os descobrimentos mais modernos, ha de parecer paradoxo o dizer-se, que a terra natural n?o concorre para a vegeta??o das plantas; que estas n?o tir?o della alimento algum, e que s? serve de alicerce para suster a sua corpore?dade. H? terra vitrescivel, terra calcarea, terra argillosa, ou barro, marne, e humus.
A terra vitrescivel absolutamente esteril, he aquella de que foi composto, e faz a solidez do nosso Planeta. A terra calcarea he o residuo da decomposi??o dos corpos animaes. A terra argillosa he o residuo da decomposi??o dos vegetaes.
O marne, ou terra saponacea, he a combina??o destas duas especies de terra, variado a infinito com a ar?a, ou terra vitrescivel, segundo as propor??es da sua mistura. O humus, materia t?o preciosa para a vegeta??o, he a combina??o da decomposi??o dos corpos organisados, vegetaes, e animaes de recente data, que tem a propriedade de dissolver-se n'agua, pelo oleo animal, e sal do vegetal, e com este liquido formar hum sab?o, que se transforma em seiba, que he o sangue da planta.
A argilla, ou barro de todas as especies, e as terras calcareas, s?o humus envelhecido, a quem a decomposi??o dos animaes phlogisticou, e com o seu gluten, fez t?o tenazes as suas partes, que s?o impermeaveis ?s raizes das plantas; por?m combinadas com a ar?a, ou terra vitrescivel, fic?o terras proprias ? vegeta??o. As plantas s?o viventes, que tem a faculdade de se reproduzir pela semente, pelo tronco, e pela raiz. A experiencia de Boyle, milhares de vezes repetida, e sempre confirmada, prova com evidencia, que tir?o a maior parte da sua nutri??o do ?r; ellas tem vasos absorventes para receberem o alimento, e vasos exhalantes para se alliviarem do superfluo; ainda que estes org?os se n?o perceb?o ? simples vista, a existencia delles he huma verdade. Assim como os animaes d?o pasto a differentes especies de insectos, tambem os vegetaes sustent?o huma innumeridade delles; cada hum tem os seus. Huma folha que cahe de qualquer planta, causa a morte a milhares de entes invisiveis. O fogo, o ?r, a agua, o humus, e a terra concorrem para a vegeta??o. O fogo he o motor, o ?r o agente, a agua o vehiculo, o humus o que faz a seiba.
O fogo como calor, e como luz, faz subir os fluidos nas plantas desde a raiz; a frescura da noite os faz descer, fazendo assim huma especie de circula??o, e desta sorte capazes de receber pelos vasos absorventes das suas folhas, do seu tronco, da sua raiz, as partes que os meteoros atmosphericos lhe communic?o. A agua muito composta, como elemento, faz com o g?z, ou ?r fixo, a parte mais consideravel da planta. O ?r como atmospherico, e o receptaculo onde se combin?o todas as emana??es da natureza, serve de todas as sortes ? planta; e o humus faz as partes fixas della. A terra he a matriz da semente, ou planta, que serve de cad?a, ou alicerce para esta se desenvolver, e suster; e a fertilidade que se lhe supp?em, he devida s?mente ?s partes do humus, que em si cont?m, boa, ou m?, segundo a maior, ou menor quantidade, que encerra desta preciosa materia, segundo a planta; que deve nutrir; deve ser trabalhada, dividida, ter toda a facilidade para receber as aguas das chuvas, dos orvalhos, dos outros meteoros aquosos, todos os principios fecundantes espalhados na atmosphera, e deixar-se penetrar das raizes, que se v?o estendendo ? propor??o que a planta cresce. A abundancia do humus nos terrenos cubertos de mato virgem, quando este mato se derruba, e se p?em a terra em cultura, faz prosperar extraordinariamente os vegetaes nella cultivados. Este humus, convertendo-se nas partes solidas das plantas, vai diminuindo a pouco, e pouco; e passados annos fica a terra exhaurida desta preciosa materia, e por consequencia esteril. A experiencia fez conhecer em todos os tempos, que os estrumes, e materias estercoraes reparav?o de alguma sorte esta falta, e se usou delles com bom successo; por?m que n?o bastando, era preciso dar descan?o a esta terra, descobrindo-a de todas as plantas, lavrando-a muitas vezes, esperando que a atmosphera a fecundasse. Isto he hum grande erro, porque o calor do Sol batendo a nu sobre esta terra, a faz arida, e vindo depois huma chuva, a pequena por??o do humus, que em si cont?m, he levado a outra parte, e por consequencia fica ainda mais empobrecido o mesmo terreno, que com este methodo se quer enriquecer. He evidentemente demonstrado, que para a terra n?o can?ar, adquirir, e conservar o seu humus, e fertilidade, he preciso que esteja sempre cuberta de plantas. Devem cultivar-se aquellas de que se pertende utilidade; quando estas se colherem, lan?ar a semente de outras de prompto crescimento, que tenh?o grandes, e brandas raizes, que cubr?o bem a terra, taes como nabos, rab?os, cenouras, batatas, aboboras, etc. e antes de chegarem ao seu total crescimento, serem lavradas, enterradas; e quando tiverem apodrecido, ou estiverem reduzidas a humus, plantarem-se, ou semearem-se aquellas, de que se pertende redito.
Trabalhando-se continuada, e alternativamente desta sorte, podem evitar-se todos os estrumes, e estercos; estes s?o inventados pelos homens, e o humus he o da natureza. As vargens que est?o cercadas de serras, collinas, montes, se estas eminencias se conserv?o coroadas de matto, s?o sempre ferteis, porque o humus, que estes mattos est?o continuadamente depositando na terra, dissolvido pelas chuvas, vai enriquecer as vargens. As fraldas destas eminencias podem ser cultivadas para pequenos vegetaes, se o angulo, que fizerem, n?o passar de quarenta, e cinco gr?os porque ent?o s? grandes arvores lhes conv?m.
Os proprietarios destas eminencias, que as descoro?o de mattos, empobrecem o Estado a perpetuidade; a coroa sendo descuberta, apresenta huma superficie nua aos raios do Sol, e passados poucos tempos fic?o reduzidas a escalvados; por?m a perda que n?o se repara mais, he a das chuvas, que os grandes vegetaes tem a propriedade de chamar.
O humus n?o basta s? para conduzir as plantas ? sua perfei??o; ellas carecem ainda da luz, 3, do ?r renovado, 4, de ter a superficie da terra at? onde podem extender-se as suas raizes, despida de plantas; esta mesma terra revolvida, bem dividida, e haver entre planta, e planta huma certa distancia, proporcionada aos succos, de que carecem, segundo a sua natureza; haver huma escolha escrupulosa na semente, ou planta, e conhecer qual he o tempo proprio para se lan?ar na terra, etc. etc.
A Experiencia tem feito conhecer, que o melhor tempo de plantar a Canna na Capitania do Rio de Janeiro, he de Dezembro a Mar?o, para ser moida de Junho a Septembro do anno subsequente, com dezoito mezes de idade. Como nestes mezes n?o h? olhos de Canna, usa-se cortar da Canna, que se deixou para velha, pequenas estacas; por?m esta Canna velha, que est? deteriorada por ter passado do ponto da sua madureza, tem sim bastante do?ura, por?m os bot?es, ou olhos dos seus n?s, ou articula??es, que he o que deve ser Canna, huns est?o j? murchos, outros podres, e por consequencia perdidos; e s? a parte superior da Canna, que sempre conserva verdura, pouca do?ura, e mesmo acidez, he o que nasce facilmente.
He certo que com a enxada, que se usa no Brasil, que he talvez a primeira que se inventou, e onde n?o chegou ainda a enxada de Luca, Franceza, ou Ingleza, he hum pouco difficil fazer esta especie de covas; s?o precisas de vinte a trinta golpes, quando com qualquer das mencionadas, bast?o tres, ou quatro. A nossa enxada he fatigante, o trabalhador anda curvado; e tendo o ferro de cinco a seis libras, elle carrega com vinte, ou mais nas cadeiras; nesta especie de servi?o o homem baxo tem vantagem ao homem alto, a quem he preciso maior curvatura, e por consequencia dobrado esfor?o. Na Republica de Luca, e em algumas Provincias de Fran?a, n?o se usa de arado, nem de charrua, porque a sua enxada equivale ao trabalho destes instrumentos, e fica a terra mais bem trabalhada.
Designados os quadrados para a planta??o da Canna, v?o a cada hum vinte trabalhadores; o seu feitor os deve p?r enfileirados olhando para Oeste, na distancia de seis palmos huns dos outros; manda-os andar ? direita para ficarem virados para o Norte; manda-lhe passar o p? direito a perfilar com o esquerdo, na distancia pouco mais que meio palmo; e desta sorte principi?o o trabalho, abrindo as covas de Oeste para Leste, de manh? at? ao meio dia, servindo de guia a sombra do corpo; e do meio dia para a noite virados para o Sul fazem o mesmo; ou tambem podem trocar as m?os, porque se trabalha para o lado direito, assim como para o esquerdo; devendo buscar-se de qualquer sorte o alinhamento perfeito das covas de Norte a Sul, e de Leste a Oeste, o que he essencial para a perfei??o da cultura deste rico vegetal.
Feitas as covas, devem lan?ar-se nellas duas estacas de Canna, que n?o tenh?o menos de quatro, nem mais de cinco bot?es, para quando nascerem, fazerem huma soqueira de oito, ou dez Cannas. Cobrem-se estas estacas com duas pollegadas de terra, e quando tem nascido a Canna, e alcan?ado dois palmos pouco mais de altura, enchem-se as covas com o resto da terra. Limp?o-se as Cannas de todas as hervas que podem roubar-lhe a substancia, ? propor??o que forem nascendo. Esta planta??o deve fazer-se de Janeiro at? Mar?o, e n?o antes, nem depois. Qualquer que seja a qualidade da terra, n?o deve pretender-se mais, que dois cortes; o primeiro dahi a dezoito mezes, o segundo a que se chama s?ca, dahi a quinze, ou dezaseis mezes. Depois deste segundo c?rte, deve occupar-se o terreno em que esteve a Canna, com aboboras de todas as especies, que tem a propriedade de cubrir bem a terra, para que as raizes da Canna apodre??o, e depois de convertidas em humus, ficar a terra apta para receber nova Canna, que dahi a mais de hum anno se lhe p?de confiar. De Janeiro a Mar?o do segundo anno, cultiva-se a segunda divis?o, e no anno seguinte a terceira. A quarta planta??o faz-se nos mesmos quadrados da primeira; a quinta, nos segundos, a sexta nos terceiros, a setima nos primeiros da primeira, a oitava nos da segunda, a nona nos da terceira, e assim alternativamente; de sorte que a Canna de cada quadrado tenha intervallo bastante, que a livre de plantas, que lhe roubem a luz. Esta f?rma de planta??o p?de variar-se a infinito, segundo a quantidade de terreno, e intelligencia do cultor.
Em lugar de quadrados perfeitos, podem ser quadrados longos etc., com tanto que se busque sempre o dar ? Canna, a maior quantidade de ?r, e luz possivel; porque a experiencia faz ver com evidencia, que s? a dos aceiros, que recebe continuadamente a influencia destes dois agentes, he que alcan?a perfei??o no seu succo; a que est? para dentro, fica sempre esverdeada, o seu succo mal digerido, difficil de cozer, e de purificar; por consequencia o fim do lavrador deve ser quanto lhe for possivel, fazer todo o Canaveal em aceiro.
Se h? fogos por accidente, he moralmente impossivel, que passem de huns a outros partidos, tendo t?o grande separa??o entre si. Nunca os carros, nem animaverwrought as an effect of Calbur's last despairing act, his aim was not true. Nevertheless, that coruscating shaft was fraught with far-reaching consequence. Passing three feet to the left of the Martian, it snapped two of the rods which braced the catwalk in position over the cyclotron drum. Thus released at the far end, the metal ribbon--for the catwalk was little more than that--curled and twisted like a tirhco spring, pitching Bormon, as from a catapult, straight along the path so recently chosen by Calbur.
Destiny had indeed provided them both with a strange exit from Echo, for in that split second Bormon realized that he was being hurled squarely into the gaping orifice of the cyclotron.
On his desk lay two jagged pieces of ore, whitish-gray in color, which he had been examining.
His speculations were interrupted by the sudden bursting open of the cabin door. An officer, spruce in gray uniform and silver braid, entered hurriedly, his face flushed with excitement.
"Captain Dunstan, the most extraordinary thing has happened! We've just picked up two men--two men drifting with the meteoric stream, and in space suits--and they're alive!"
Captain Dunstan rose slowly. "Alive, and adrift in space? Then it's the first such occurrence in the history of space travel! Who are they?"
"I don't know, sir. So far we've got only one out of his suit. But I have reason to believe they're the men recently reported as missing by the E.M.T. Lines. He babbled something about Echo--that there's hell to pay on Echo. I imagine he means Asteroid No. 60. But--"
"Lead the way," said the captain, stepping quickly toward the doorway. "There's something mighty queer going on."
And no less strange and unexpected came the knowledge of Keith Calbur's arrival there ahead of him.
"These Marts," said Bormon, after a great deal of explaining on both sides, "don't know that you have discovered their stream of ore. They won't know it until their communications have been repaired."
Captain Dunstan nodded. "That explains why we were able, on this occasion, to approach the meteoric stream without its immediate disappearance. But I cannot understand," he confessed, "how two men could have passed through such an apparatus as you describe, and remain alive."
"Perhaps I can offer a possible explanation," said an officer whose insignia was that of Chief Electrobiologist. "If, as we suspect, this Martian invention is founded on the old and well-known cyclotronic principle, then we have nothing but reciprocal interaction of electric fields and magnetic fields. And these fields, as such, are entirely harmless to living organisms, just as harmless as gravitational fields. Moreover, any static charge carried by the bodies of these men would have been slowly dissipated through the grapple-ray with which they were drawn out of the ore stream."
This explanation appeared to satisfy the captain. "You say," he questioned, addressing Bormon, "that there are other men on Echo--Earthmen being used as slaves?"
"Yes, more than a hundred."
Captain Dunstan's mouth became a fighting, grim line. He gave several swift orders to his officers, who scattered immediately.
Somewhat later, Bormon found his way into the surgery where Calbur lay--not sleeping yet, but resting peacefully.
Assuring himself of this, Bormon, too, let his long frame slump down on a near-by cot--not to sleep, either, but to contemplate pleasantly the wiping-up process soon to take place on Echo, and elsewhere.
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