: A Pata no Choco by Anonymous - Portuguese literature 19th century; Dialogues

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A PATA NO CHOCO.

SEGUNDA EDI?A?.

PORTO, 1827:

Na typ. de Viuva Alvarez Ribeiro & Filhos.

Vende-se por 50 reis na mesma Imprensa, e na loja da Fama ?s Hortas.

He minha patria o Brazil, De l? vim a Portugal Ser pizada e destruida; E sendo eu joia Real, A sorte cheguei a ter De me ver mesmo vendida, Como artigo mercantil,

Para alguem se enriquecer. Huns virtude me attribuem, Outros me reputa? vicio, E como vicio me excluem; Mas destes, a seu pesar, Muitos ha que beneficio Vem por fim em mim buscar. Bastante gente ha tambem

Que na? me quer mal nem bem. Huma irm? na? lonje tenho Que a este reino he vedada, E o tenta com grande empenho; Mas por ser mui altanada, Ganha pouco neste jogo. Coube-nos por nosso mal A sorte dura e fatal D' ambas soffrermos o fogo.

Das adivinha??es omittidas na primeira edi?a? desta obra, a que tem mais geito he a seguinte:

Fui expedita algum dia Em bellos fructos mostrar: Aos olhos dei alegria, E consegui regalar Com largueza muita gente: Fui liberal finalmente; E, por huma sorte impia, Vou-me deixando de o ser. Hum mal me veio tolher, Pelo qual me desconhe?o; Pois quebrantada me sinto, E os cora??es escure?o. Dizem que bando faminto. De bichos v?s me faz isto; Que elles, a mim apegados Com af?rro nunca visto, Quanto podem, porfiados Me priva? de fazer bem. Mas o que he certo, e ninguem De modo algum negar ousa, He o estar eu demudada, E infelizmente azangada Por huma terrivel cousa, Que poucos annos na? tem.

A seu tempo se colhem as p?ras, torna? a dizer as Comadres; ninguem adiante juizos, e menos d? com a lingua nos dentes, at? vir tudo explicado no Folheto promettido.

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